Evento paralelo do 28° Festival de Dança de Joinville  cresce e  apresenta diversos olhares da dança que é feita atualmente
O  Festival de Dança de Joinville confirma as oito companhias para  apresentarem  durante a Mostra Contemporânea de Dança dentro de sua 28ª edição, de 21 a  31 de  julho. As apresentações acontecem no Teatro Juarez Machado e em locais  alternativos nos dias 22, 23, 24, 25, 27 e 28 de julho.
A  escolha foi realizada pelo Conselho Artístico composto por Sandra Meyer,  Suely  Machado, Fernanda Chamma e João Wlamir. Eles ficaram reunidos durante o  segundo  final de semana de março na sede do Instituto Festival de Dança de  Joinville no  Centreventos Cau Hansen para assistir a todos os vídeos enviados pelos  interessados.
A  Mostra Contemporânea de Dança teve um considerável aumento de números de   inscritos em 2010 em relação a 2009. Em quantidade de trabalhos, as  inscrições  pularam de 101 em 2009 para 133 em 2010. Isso configura um aumento de  42%. Como  cada grupo podia encaminhar mais de um espetáculo, a contagem de grupos  ficou em  111. Neste caso, o acréscimo permaneceu em 31% em relação ao ano  passado, quando  foram 78 grupos.
Essa  Mostra realça a diversidade de linguagens e perspectivas de criação e  pesquisa.  A programação inclui espetáculos ou não e workshops destinados a  coreógrafos e  bailarinos. 
Confira  todas as companhias escolhidas
Vários  dias - Cláudia Müller – “Dança Contemporânea em  Domicílio”
Anúncios oferecem a possibilidade de encomendar o “produto”.  Basta  telefonar e solicitar cinco minutos de dança contemporânea. Com este  mote,  Cláudia Müller “entrega” a dança onde ela não é esperada. Qualquer  pessoa pode  solicitar gratuitamente “Dança Contemporânea em Domicílio” em qualquer  lugar que  queira através do telefone. O sentido desta experiência consiste em  realizar uma  performance nômade que ocupa um espaço-tempo e se dissolve para se  re-fazer em  outro lugar e momento antes de ser impedida ou rotulada.
Foto: Nelson Falcão.
Dia 22 - Grupo Grial de Dança – “Castanha Sua Cor”
Dia 22 - Grupo Grial de Dança – “Castanha Sua Cor”
Criado  em 1997 por Ariano Suassuna e Maria Paula Costa Rêgo, o Grupo Grial de  Dança  apresenta “Castanha Sua Cor” no 28° Festival de Dança de Joinville.  “Castanha  Sua Cor” é uma maneira poética e abstrata de adentrar no subterrâneo da  cultura  brasileira. Esse subterrâneo que nos leva aos tempos remotos  possibilitar  reencontros com nossos mitos atuais e uma compreensão da nossa  personalidade e  visão de mundo.
Dia 23  - Studio 3 Cia. Sociedade Masculina – “Pescadores do Ar” e  “Entre o  Corpo e o Azul”
“Pescadores do Ar” remete à força vital da vida que é o  oxigênio. O  fôlego de preencher-se e esvaziar-se, a energia vital do caos e da calma  e o  encontro da humanidade ao compartilhar os mesmos ares de existência são  algumas  das inspirações que norteiam os movimentos precisos dos bailarinos em  cena.“Entre  o Corpo e o Azul” é a possibilidade de desenvolver um labirinto humano e  reflete  a situação do preso, do perdido, dentro de um espaço, segundo o  coreógrafo  Henrique Rodorvalho. A criação tem direção musical de Felipe Venâncio,  figurinos  de Walter Rodrigues e cenário de Letycia Rossi. O título faz uma  referência  metalingüística entre o corpo dos bailarinos e o azul do cenário há o  que  interessa: a expressão do movimento e da dança.  Foto: Ronaldo Aguiar.
Dia 24 - Asier Zabaleta – “El Agujero Del Avestruz”
Dia 24 - Asier Zabaleta – “El Agujero Del Avestruz”
Da  Espanha, Asier Zabaleta apresenta seu solo “El Agujero Del Avestruz” em  que  interage com as cenas apresentadas no telão. “Quero desafiar o medo, o  que nunca  desaparece da minha vida e sempre reaparece com novos motivos e forças  renovadas, até me fazer sentir como se fosse um super-herói que acaba de  perder  todos os seus poderes. Ao que marca os limites de minha permissividade,  delimitando e reduzindo significativamente o meu campo de ação na vida.  Eu o  desafio e digo que não tenho medo. Que ironia!”, escreveu o bailarino e  coreógrafo.
Dia 25  - Raça Cia. De Dança de São Paulo – “Tango Sob Dois  Olhares”
Em  “Tango Sob Dois Olhares”, Roseli Rodrigues, coreógrafa e diretora da  Raça Cia.  De Dança de São Paulo, buscou inspiração sob o Olhar da Admiração para o  Tango,  representado pelas músicas de Astor Piazzolla e pela leveza de uma dança   precisa, somado ao Olhar da Contemporaneidade em uma dança fluida e  emocional. Foto: Reginaldo AzevedoDia 27 - Núcleo de Pesquisas em Linguagens Híbridas – “Hagoromo, o Manto de Plumas”
O  espetáculo recria para a linguagem da dança a peça teatral “Hagoromo”,  de  Motokiyo Zeami, artista responsável pela criação do gênero Nô.  “Hagoromo” pode  ser resumido como um grande haicai ou poema dançado, que apresenta dois  personagens antagônicos: Hakuryo, pescador de coração pétreo, e Tennin,  anjo  budista que vem recuperar Hagoromo, o manto divino sem o qual não pode  retornar  ao céu. Após as súplicas do anjo, o pescador se comove e resolve  devolver-lhe o  objeto precioso. Mas antes, Tennin deve lhe conceder uma dança com seu manto  celestial.
Dia 28 - Dudude Herrmann – “Pedaço de uma Lembrança”
Apoiada  na memória do Grupo Trans-Forma nos idos anos 1970, Dudude revisita este  lugar  da lembrança com o corpo de hoje, admitindo o registro guardado neste  corpo  impregnado e construído através da memória. Uma aventura fascinante aos  olhos da  artista – escutar os ecos da atemporalidade de um determinado momento,  utilizando de toda uma bagagem e interesse para com a linguagem da  improvisação.
Dia 28 - Pró-Posição – “Linhagens”
O  trabalho questiona a dança como idéia instaurada no corpo, como  movimento-informação que se adapta, varia, mantém, replica e evolui. Em  cena,  mãe e filha destrincham as historicidades de seus corpos na dança,  colapsando  passado e presente, como emergências de tempos multidirecionais, não  causais,  não factuais. Foto: José Neto 
Nenhum comentário:
Postar um comentário