terça-feira, 16 de setembro de 2008

Loretta Lux

O realismo fotográfico de crianças fascinantes e ideais.É o que a artista Loretta Lux retrata com a união de fotografias, pinturas, e muita manipulação digital
Por Christiano Kubis

Atualmente duas obras da artista, que já inspirou a estilista Gloria Coelho para a o desenvolvimentos de suas coleções, integram a exposição coletiva Portrait II, que explora os limites entre fotografia e pintura, e permanece até o dia quatro de outubro na Galeria Leme em São Paulo.
Graduada na Academia de Artes Visuais de Munique, a alemã nasceu em 1969. Influenciada por mestres das artes como Agnoldo Bronzino, Diego Velásquez, Francisco Goya, Caspar David Friendrich, Philipp Otto, Botticelli, Rafael e Bauthus, a artista iniciou a carreira fotografando os filhos de amigos em estúdio de forma não convencional.
Em 2004 tornou-se sensação do mercado de arte em sua estréia junto da galeria Yossi Milo, no bairro do Soho em Nova York. Um ano depois, recebeu o prêmio Infinity Award for Art, do Centro Internacional de Fotografia. Suas obras passaram a ocupar espaços em todos os continentes, movimentando um mercado milionário.




“A infância é uma importante e influente fase da vida. É nela que nós aprendemos como viver neste mundo. Mas a infância não pode repetir-se, e isso em muitos aspectos é lamentável. Isso é trágico.” Loretta Lux






* "Troll" No. 2
* "The Drummer"
* "The Rose Garden"


Horripilante, perverso, inquietante, perturbador, encantador, amável, monstruoso, estes são alguns dos inúmeros adjetivos encontrados para definir as imagens compostas por crianças que possuem um peculiar visual retro, e fundos com pinturas e fotografias da própria Loretta Lux, feitas durante suas inúmeras viagens à Europa. A artista admite que seria impossível alcançar o resultado apresentado caso não dominasse a arte com tintas e pincéis .
As obras são metáforas sobre a infância e a inocência. Cabelos cuidadosamente penteados, androgenia, opacidade, olhares que evocam a falta de algo, materiais artesanais, textura e cores bem dosadas, criam uma atmosfera fantástica e surrealista. Vitorianos e simultaneamente contemporâneos, os personagens são alienados de sua aparência real, em uma aura de terror, mistério, e sexualidade.
Lux não deseja uma narrativa, quer apenas que os espectadores tirem os próprios significados das obras que remetem, idealizam, e representam o que ela chama de “Paraíso Perdido” da infância.

Loretta Lux

Galeria Leme

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