segunda-feira, 30 de novembro de 2009

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domingo, 29 de novembro de 2009

Naftalinas, Doces e Traças

Olá rubricos!
Para começar a semana, que tal prestigiar a produção de cinema local? Os alunos e ex-alunos de cinema e vídeo da FAP (Faculdade de Artes do Paraná) fizeram o curta-metragem Naftalinas, Doces e Traças, que é no mínimo FOFO e atraente para os adoradores de brechós e delicias vintage da vida!



A estréia?
Acontece dia 01 de dezembro (terça-feira), às 20h, na Cinemateca (Rua Carlos Cavalcanti, 1174 – Centro).

E ainda tem festa?
SIM! Será no VU Bar.
Avenida Manoel Ribas, 146, Mercês
(41) 3323-1021

Fica a dica Rubrica
-A entrada do filme é gratuita.
-O elenco! Uma das protagonistas do filme é a graciiiiiiiiiinha (Que Hebe isso) da Daphine Bozaski (rostinho conhecido e facilmente encontrado nas produções teatrais da Cia Regina vogue, projetos do caderno Gazetinha do jornal Gazeta do Povo, e em vários produções por aí). O elenco também conta com a Jana Mundana (da banda Denorex), e Luiz Brambila (Outro rosto carimbado em Curitiba, com estrada e talento  no teatro, cinema, publicidade e afins).
-A musica folk fofa do filme
-A gente adora o VU Bar, com  batatas suíças, cervejinhas e drinks.
 
"Meninas são assim: indiscutíveis. Um brechó, um chocolate, uma cantora, uma atriz. Revolucionam a moda e gostam de fones laranjados. Descobrem Virginia e são Dancing Days daqui em diante. Uma cidade e um cantinho. Uma vira joaninha e a outra?" 



“Naftalinas, Doces e Traças” é um curta-metragem de ficção contemplado pelo edital da Fundação Cultural de Curitiba, na categoria “Filme Digital”.

Naftalinas, Doces e Traças.
um filme de Nathália Tereza e Rodriane DL
direção: Rodriande DL
elenco: Daphine Bozaski, Viviane Oliveira, Karla Fragoso, Luiz Brambila, Lilian Marchiori, Jana Mundana, Carol Damião. 
duração: 13 min

Os dragões não conhecem o paraíso

Um conto do Caio Fernando Abreu sobre doçura, hortelã e alecrim, dragões, amor, banalidade, felicidade, sonho...


Os dragões não conhecem o paraíso 

Tenho um dragão que mora comigo.

Não, isso não é verdade.

Não tenho nenhum dragão. E, ainda que tivesse, ele não moraria comigo nem com ninguém. Para os dragões, nada mais inconcebível que dividir seu espaço - seja com outro dragão, seja com uma pessoa banal feito eu. Ou invulgar, como imagino que os outros devam ser. Eles são solitários, os dragões. Quase tão solitários quanto eu me encontrei, sozinho neste apartamento, depois de sua partida. Digo quase porque, durante aquele tempo em que ele esteve comigo, alimentei a ilusão de que meu isolamento para sempre tinha acabado. E digo ilusão porque, outro dia, numa dessas manhãs áridas da ausência dele, felizmente cada vez menos frequentes (a aridez, não a ausência), pensei assim: Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo.

Isso me pareceu gradiloqüente e sábio como uma idéia que não fosse minha, tão estúpidos costumam ser meus pensamentos. E tomei nota rapidamente no guardanapo do bar onde estava. Escrevi também mais alguma coisa que ficou manchada pelo café. Até hoje não consigo decifrá-la. Ou tenho medo da minha - felizmente indecifrável - lucidez daquele dia.

Estou me confundindo, estou me dispersando.

O guardanapo, a frase, a mancha, o medo - isso deve vir mais tarde. Todas essas coisas de que falo agora - as particularidades dos dragões, a banalidade das pessoas como eu -, só descobri depois. Aos poucos, na ausência dele, enquanto tentava compreendê-lo. Cada vez menos para que minha compreensão fosse sedutora, e cada vez mais para que essa compreensão ajudasse a mim mesmo a. Não sei dizer. Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo.

Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.
Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se não fosse nada.

Ninguém perguntará coisa alguma, penso. Depois continuo a contar para mim mesmo, como se fosse ao mesmo tempo o velho que conta e a criança que escuta, sentado no colo de mim. Foi essa a imagem que me veio hoje pela manhã quando, ao abrir a janela, decidi que não suportaria passar mais um dia sem contar esta história de dragões. Consegui evitá-la até o meio da tarde. Dói, um pouco. Não mais uma ferida recente, apenas um pequeno espinho de rosa, coisa assim, que você tenta arrancar da palma da mão com a ponta de uma agulha. Mas, se você não consegue extirpá-lo, o pequeno espinho pode deixar de ser uma pequena dor para se transformar numa grande chaga.

Assim, agora, estou aqui. Ponta fina de agulha equilibrada entre os dedos da mão direita, pairando sobre a palma aberta da mão esquerda. Algumas anotações em volta, tomadas há muito tempo, o guardanapo de papel do bar, com aquelas palavras sábias que não parecem minhas e aquelas outras, manchadas, que não consigo ou não quero ou finjo não poder decifrar.

Ainda não comecei.

Queria tanto saber dizer Era uma vez. Ainda não consigo.

Mas preciso começar de alguma forma. E esta, enfim, sem começar propriamente, assim confuso, disperso, monocórdio, me parece um jeito tão bom ou mau quanto qualquer outro de começar uma história. Principalmente se for uma história de dragões.

Gosto de dizer tenho um dragão que mora comigo, embora não seja verdade. Como eu dizia, um dragão jamais pertence a, nem mora com alguém. Seja uma pessoa banal igual a mim, seja unicórnio, salamandra, harpia, elfo, hamadríade, sereia ou ogro. Duvido que um dragão conviva melhor com esses seres mitológicos, mais semelhantes à natureza dele, do que com um ser humano. Não que sejam insociáveis. Pelo contrário, às vezes um dragão sabe ser gentil e submisso como uma gueixa. Apenas, eles não dividem seus hábitos.

Ninguém é capaz de compreender um dragão. Eles jamais revelam o que sentem. Quem poderia compreender, por exemplo, que logo ao despertar (e isso pode acontecer em qualquer horário, às três ou às onze da noite, já que o dia e a noite deles acontecem para dentro, mas é mais previsível entre sete e nove da manhã, pois essa é a hora dos dragões) sempre batem a cauda três vezes, como se tivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros? Hoje, pondero: talvez seja essa a sua maneira desajeitada de dizer, como costumo dizer agora, ao despertar - que seja doce.

Mas no tempo em que vivia comigo, eu tentava - digamos - adaptá-lo às circunstâncias. Dizia por favor, tente compreender, querido, os vizinho banais do andar de baixo já reclamaram da sua cauda batendo no chão ontem às quatro da madrugada. O bebê acordou, disseram, não deixou ninguém mais dormir. Além disso, quando você desperta na sala, as plantas ficam todas queimadas pelo seu fogo. E, quanto você desperta no quarto, aquela pilha de livros vira cinzas na minha cabeceira.

Ele não prometia corrigir-se. E eu sei muito bem como tudo isso parece ridículo. Um dragão nunca acha que está errado. Na verdade, jamais está. Tudo que faz, e que pode parecer perigoso, excêntrico ou no mínimo mal-educado para um humano igual a mim, é apenas parte dessa estranha natureza dos dragões. Na manhã, na tarde ou na noite seguintes, quanto ele despertasse outra vez, novamente os vizinhos reclamariam e as prímulas amarelas e as begônias roxas e verdes, e Kafka, Salinger, Pessoa, Clarice e Borges a cada dia ficariam mais esturricados. Até que, naquele apartamento, restássemos eu e ele entre as cinzas. Cinzas são como sedas para um dragão, nunca para um humano, porque a nós lembra destruição e morte, não prazer. Eles trafegam impunes, deliciados, no limiar entre essa zona oculta e a mais mundana. O que não podemos compreender, ou pelo menos aceitar.

Além de tudo: eu não o via. Os dragões são invisíveis, você sabe. Sabe? Eu não sabia. Isso é tão lento, tão delicado de contar - você ainda tem paciência? Certo, muito lógico você querer saber como, afinal, eu tinha tanta certeza da existência dele, se afirmo que não o via. Caso você dissesse isso, ele riria. Se, como os homens e as hienas, os dragões tivessem o dom ambíguo do riso. Você o acharia talvez irônico, mas ele estaria impassível quanto perguntasse assim: mas então você só acredita naquilo que vê? Se você dissesse sim, ele falaria em unicórnios, salamandras, harpias, hamadríades, sereias e ogros. Talvez em fadas também, orixás quem sabe? Ou átomos, buracos negros, anãs brancas, quasars e protozoários. E diria, com aquele ar levemente pedante: "Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno. Os dragões não cabem nesses pequenos mundos de paredes invioláveis para o que não é visível".

Ele gostava tanto dessas palavras que começam com in - invisível, inviolável, incompreensível -, que querem dizer o contrário do que deveriam. Ele próprio era inteiro o oposto do que deveria ser. A tal ponto que, quando o percebia intratável, para usar uma palavra que ele gostaria, suspeitava-o ao contrário: molhado de carinho. Pensava às vezes em tratá-lo dessa forma, pelo avesso, para que fôssemos mais felizes juntos. Nunca me atrevi. E, agora que se foi, é tarde demais para tentar requintadas harmonias.

Ele cheirava a hortelã e alecrim. Eu acreditava na sua existência por esse cheiro verde de ervas esmagadas dentro das duas palmas das mãos. Havia outros sinais, outros augúrios. Mas quero me deter um pouco nestes, nos cheiros, antes de continuar. Não acredite se alguém, mesmo alguém que não tenha um mundo pequeno, disser que os dragões cheiram a cavalos depois de uma corrida, ou a cachorros das ruas depois da chuva. A quartos fechados, mofo, frutas podres, peixe morto e maresia - nunca foi esse o cheiro dos dragões.

A hortelã e alecrim, eles cheiram. Quando chegava, o apartamento inteiro ficava impregnado desse perfume. Até os vizinhos, aqueles do andar de baixo, perguntavam se eu andava usando incenso ou defumação. Bem, a mulher perguntava. Ela tinha uns olhos azuis inocentes. O marido não dizia nada, sequer me cumprimentava. Acho que pensava que era uma dessas ervas de índio que as pessoas costumam fumar quando moram em apartamentos, ouvindo música muito alto. A mulher dizia que o bebê dormia melhor quando esse cheiro começava a descer pelas escadas, mais forte de tardezinha, e que o bebê sorria, parecendo sonhar. Sem dizer nada, eu sabia que o bebê sonhava com dragões, unicórnios ou salamandras, esse era um jeito do seu mundo ir-se tornando aos poucos mais largo. Mas os bebês costumam esquecer dessas coisas quanto deixam de ser bebês, embora possuam a estranha facilidade de ver dragões - coisa que só os mundos muito largos conseguem.

Eu aprendi o jeito de perceber quando o dragão estava a meu lado. Certa vez, descemos juntos pelo elevador com aquela mulher de olhos-azuis-inocentes e seu bebê, que também tinha olhos-azuis-inocentes. O bebê olhou o tempo todo para onde estava o dragão. Os dragões param sempre do lado esquerdo das pessoas, para conversar direto com o coração. O ar a meu lado ficou leve, de uma coloração vagamente púrpura. Sinal que ele estava feliz. Ele, o dragão, e também o bebê, e eu, e a mulher, e a japonesa que subiu no sexto andar, e um rapaz de barba no terceiro. Sorríamos suaves, meio tolos, descendo juntos pelo elevador numa tarde que lembro de abril - esse é o mês dos dragões - dentro daquele clima de eternidade fluida que apenas os dragões, mas só às vezes, sabem transmitir.

Por situações como essa, eu o amava. E o amo ainda, quem sabe mesmo agora, quem sabe mesmo sem saber direito o significado exato dessa palavra seca - amor. Se não o tempo todo, pelo menos quanto lembro de momentos assim. Infelizmente, raros. A aspereza e avesso parecem ser mais constantes na natureza dos dragões do que a leveza e o direito. Mas queria falar de antes do cheiro. Havia outros sinais, já disse. Vagos, todos eles.

Nos dias que antecediam a sua chegada, eu acordava no meio da noite, o coração disparado. As palmas das mãos suavam frio. Sem saber porque, nas manhãs seguintes, compulsivamente eu começava a comprar flores, limpar a casa, ir ao supermercado e à feira para encher o apartamento de rosas e palmas e morangos daqueles bem gordos e cachos de uvas reluzentes e berinjelas luzidias (os dragões, descobri depois, adoram contemplar berinjelas) que eu mesmo não conseguia comer. Arrumava em pratos, pelos cantos, com flores e velas e fitas, para que os espaços ficassem mais bonito.

Como uma fome, me dava. Mas uma fome de ver, não de comer. Sentava na sala toda arrumada, tapete escovado, cortinas lavadas, cestas de frutas, vasos de flores - acendia um cigarro e ficava mastigando com os olhos a beleza das coisas limpas, ordenadas, sem conseguir comer nada com a boca, faminto de ver. À medida que a casa ficava mais bonita, eu me tornava cada vez mais feio, mais magro, olheiras fundas, faces encovadas. Porque não conseguia dormir nem comer, à espera dele. Agora, agora vou ser feliz, pensava o tempo todo numa certeza histérica. Até que aquele cheiro de alecrim, de hortelã, começasse a ficar mais forte, para então, um dia, escorregar que nem brisa por baixo da porta e se instalar devagarzinho no corredor de entrada, no sofá da sala, no banheiro, na minha cama. Ele tinha chegado.

Esses ritmos, só descobri aos poucos. Mesmo o cheiro de hortelã e alecrim, descobri que era exatamente esse quando encontrei certas ervas numa barraca de feira. Meu coração disparou, imaginei que ele estivesse por perto. Fui seguindo o cheiro, até me curvar sobre o tabuleiro para perceber: eram dois maços verdes, a hortelã de folhinhas miúdas, o alecrim de hastes compridas com folhas que pareciam espinhos, mas não feriam. Pergunte o nome, o homem disse, eu não esqueci. Por pura vertigem, nos dias seguintes repetia quanto sentia saudade: alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim.

Antes, antes ainda, o pressentimento de sua visita trazia unicamente ansiedade, taquicardias, aflição, unhas roídas. Não era bom. Eu não conseguia trabalhar, ira ao cinema, ler ou afundar em qualquer outra dessas ocupações banais que as pessoas como eu têm quando vivem. Só conseguia pensar em coisas bonitas para a casa, e em ficar bonito eu mesmo para encontrá-lo. A ansiedade era tanta que eu enfeiava, à medida que os dias passavam. E, quando ele enfim chegava, eu nunca tinha estado tão feio. Os dragões não perdoam a feiúra. Menos ainda a daqueles que honram com sua rara visita.

Depois que ele vinha, o bonito da casa contrastando com o feio do meu corpo, tudo aos poucos começava a desabar. Feito dor, não alegria. Agora agora agora vou ser feliz, eu repetia: agora agora agora. E forçava os olhos pelos cantos de prata esverdeadas, luz fugidia, a ponta em seta de sua cauda pela fresta de alguma porta ou fumaça de suas narinas, sempre mau, e a fumaça, negra. Naqueles dias, enlouquecia cada vez mais, querendo agora já urgente ser feliz. Percebendo minha ânsia, ele tornava-se cada vez mais remoto. Ausentava-se, retirava-se, fingia partir. Rarefazia seu cheiro de ervas até que não passasse de uma suspeita verde no ar. Eu respirava mais fundo, perdia o fôlego no esforço de percebê-lo, dias após dia, enquanto flores e frutas apodreciam nos vasos, nos cestos, nos cantos. Aquelas mosquinhas negras miúdas esvoaçavam em volta delas, agourentas.

Tudo apodrecia mais e mais, sem que eu percebesse, doído do impossível que era tê-lo. Atento somente à minha dor, que apodrecia também, cheirava mal. Então algum dos vizinhos batia à porta para saber se eu tinha morrido e sim, eu queria dizer, estou apodrecendo lentamente, cheirando mal como as pessoas banais ou não cheiram quando morrem, à espera de uma felicidade que não chega nunca. Ele não compreenderia. Eu não compreendia, naqueles dias - você compreende?

Os dragões, já disse, não suportam a feiúra. Ele partia quando aquele cheiro de frutas e flores e, pior que tudo, de emoções apodrecidas tornava-se insuportável. Igual e confundido ao cheiro da minha felicidade que, desta e mais uma vez, ele não trouxera. Dormindo ou acordado, eu recebia sua partida como um súbito soco no peito. Então olhava para cima, para os lados, à procura de Deus ou qualquer coisa assim - hamadríades, arcanjos, nuvens radioativas, demônios que fossem. Nunca os via. Nunca via nada além das paredes de repente tão vazias sem ele.

Só quem já teve um dragão em casa pode saber como essa casa parece deserta depois que ele parte. Dunas, geleiras, estepes. Nunca mais reflexos esverdeados pelos cantos, nem perfume de ervas pelo ar, nunca mais fumaças coloridas ou formas como serpentes espreitando pelas frestas de portas entreabertas. Mais triste: nunca mais nenhuma vontade de ser feliz dentro da gente, mesmo que essa felicidade nos deixe com o coração disparado, mãos úmidas, olhos brilhantes e aquela fome incapaz de engolir qualquer coisa. A não ser o belo, que é de ver, não de mastigar, e por isso mesmo também uma forma de desconforto. No turvo seco de uma casa esvaziada da presença de um dragão, mesmo voltando a comer e a dormir normalmente, como fazem as pessoas banais, você não sabe mais se não seria preferível aquele pântano de antes, cheio de possibilidades - que não aconteciam, mas que importa? - a esta secura de agora. Quando tudo, sem ele, é nada.

Hoje, acho que sei. Um dragão vem e parte para que seu mundo cresça? Pergunto - porque não estou certo - coisas talvez um tanto primárias, como: um dragão vem e parte para que você aprenda a dor de não tê-lo, depois de ter alimentado a ilusão de possuí-lo? E para, quem sabe, que os humanos aprendam a forma de retê-lo, se ele um dia voltar?

Não, não é assim. Isso não é verdade.

Os dragões não permanecem. Os dragões são apenas a anunciação de si próprios. Eles se ensaiam eternamente, jamais estréiam. As cortinas não chegam a se abrir para que entrem em cena. Eles se esboçam e se esfumam no ar, não se definem. O aplauso seria insuportável para eles: a confirmação de que sua inadequação é compreendida e aceita e admirada, e portanto - pelo avesso igual ao direito - incompreendida, rejeitada, desprezada. Os dragões não querem ser aceitos. Eles fogem do paraíso, esse paraíso que nós, as pessoas banais, inventamos - como eu inventava uma beleza de artifícios para esperá-lo e prendê-lo para sempre junto a mim. Os dragões não conhecem o paraíso, onde tudo acontece perfeito e nada dói nem cintila ou ofega, numa eterna monotonia de pacífica falsidade. Seu paraíso é o conflito, nunca a harmonia.

Quando volto apensar nele, nestas noites em que dei para me debruçar à janela procurando luzes móveis pelo céu, gosto de imaginá-lo voando com suas grandes asas douradas, solto no espaço, em direção a todos os lugares que é lugar nenhum. Essa é sua natureza mais sutil, avessa às prisões paradisíacas que idiotamente eu preparava com armadilhas de flores e frutas e fitas, quando ele vinha. Paraísos artificiais que apodreciam aos poucos, paraíso de eu mesmo - tão banal e sedento - a tolerar todas as suas extravagâncias, o que devia lhe soar ridículo, patético e mesquinho. Agora apenas deslizo, sem excessivas aflições de ser feliz.

As manhãs são boas para acordar dentro delas, beber café, espiar o tempo. Os objetos são bons de olhar para eles, sem muitos sustos, porque são o que são e também nos olham, com olhos que nada pensam. Desde que o mandei embora, para que eu pudesse enfim aprender a grande desilusão do paraíso, é assim que sinto: quase sem sentir.

Resta esta história que conto, você ainda está me ouvindo? Anotações soltas sobre a mesa, cinzeiros cheios, copos vazios e este guardanapo de papel onde anotei frases aparentemente sábias sobre o amor e Deus, com uma frase que tenho medo de decifrar e talvez, afinal, diga apenas qualquer coisa simples feito: nada disso existe.

Nada, nada disso existe.

Então quase vomito e choro e sangro quando penso assim. Mas respiro fundo, esfrego as palmas das mãos, gero energia em mim. Para manter-me vivo, saio à procura de ilusões como o cheiro das ervas ou reflexos esverdeados de escamas pelo apartamento e, ao encontrá-los, mesmo apenas na mente, tornar-me então outra vez capaz de afirmar, como num vício inofensivo: tenho um dragão que mora comigo. E, desse jeito, começar uma nova história que, desta vez sim, seria totalmente verdadeira, mesmo sendo completamente mentira. Fico cansado do amor que sinto, e num enorme esforço que aos poucos se transforma numa espécie de modesta alegria, tarde da noite, sozinho neste apartamento no meio de uma cidade escassa de dragões, repito e repito este meu confuso aprendizado para a criança-eu-mesmo sentada aflita e com frio nos joelhos do sereno velho-eu-mesmo:

- Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho. Que seja doce.

Não, isso também não é verdade.

Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

26ª Casa de Criadores

E o assunto no mundo fashion brasileiro esta semana, é a 26ª Casa de Criadores em São Paulo...
Dá um conferida no site do evento, que contou com a participação da nossa banda curitibana Copacabana Club (que continua fazendo e acontecendo), causou com fashion mob, e continua com os desfiles até sexta-feira, encerrando com festerê no Clube Glória e presença da Amanda Lepore!




Casa de Criadores

A Casa de Criadores surgiu em maio de 1997, quando um grupo de jovens estilistas decidiu, em parceria com o jornalista André Hidalgo, promover um evento para lançar suas novas coleções.
O objetivo principal era o de criar um espaço que permitisse a estes estilistas uma proximidade maior com o mercado da moda brasileira.
Seu foco era a criação autoral genuína e a revelação de novos talentos que, a partir do evento, tivessem a oportunidade de impulsionar suas carreiras.
Dessa iniciativa surgia um evento que se transformou, no decorrer de sua história, na principal e mais visível vitrine da criação da moda brasileira.
Centrado, inicialmente, num movimento nascido na cena underground paulistana que aliava moda, comportamento e música eletrônica, a Casa de Criadores ampliou seu universo e foi incorporando estilistas e criadores de outros estados brasileiros -nos mais variados estágios de carreira
Desde então, a Casa de Criadores já lançou e/ou projetou nomes como Marcelo Sommer, Cavalera, Ronaldo Fraga, Marcelo Quadros, Carlota Joaquina, André Lima, Karlla Girotto, Mário Queiroz, V.Rom, Lorenzo Merlino, Fábia Bercsek, Priscila Darolt, Simone Nunes, Erika Ikezili, Giselle Nasser, Samuel Cirnansck, Rita Wainer, Elisa Chanan, Juliana Jabour, Icarius, Jeziel Moraes, Gêmeas, Walério Araújo, João Pimenta e Gustavo Silvestre, entre várias outras marcas de expressão no cenário da moda nacional.

André Hidalgo

É jornalista e empresário. Trabalhou por 4 anos no jornal Folha de S. Paulo (caderno Ilustrada) como repórter e foi editor da extinta revista Interview. Em maio de 1997 criou o evento Casa de Criadores, destinado a revelar novos talentos da moda brasileira.
O evento colocou e projetou no mercado nomes como André Lima, Carlota Joaquina, Cavalera, Elisa Chanan, Fábia Bercsek, Giselle Nasser, Icarius (estilista da marca Diesel), Juliana Jabour, Jum Nakao, Karlla Girotto, Lorenzo Merlino, Marcelo Quadros, Marcelo Sommer, Mário Queiroz, Ronaldo Fraga e V.Rom, entre vários outros.
Atualmente, além de diretor geral da Casa de Criadores, Hidalgo é sócio proprietário do Clube Glória, uma das principais casas noturnas de São Paulo.

Agenda Teatral

As apostas do Rubrica desta semana.
Elas nunca mais foram vistas (uma ótima oportunidade de assistir o Mauricio Vogue como ator nos palcos, junto do ótimo Ranieri Gonzales, já que o Maurício trabalha mais como diretor e vocalista da banda Denorex) e Ave Maria não morro que é FREE e parece interessante!


Elas nunca mais foram vistas...


Shéryska e Amálgama são velhas conhecidas que saíram de sua cidade pra vencer na vida e nunca mais foram vistas. Queriam ficar ricas e famosas; Amálgama tornou-se cantora e Shéryska seguiu a carreira de atriz, ambas com relativo sucesso, o que fez com que a rivalidade que sempre existiu entre elas ficasse ainda mais acirrada. Após alguns “acidentes de percurso” as duas desaparecem da mídia e anos depois se reencontram desta vez, em franca decadência e numa situação bastante inusitada. No entanto, seu orgulho não lhes permite demonstrar o quanto estão fracassadas, por isso inventam histórias sobre viagens, lugares e pessoas famosas que conheceram. Pra não cair em contradição escolhem artistas que também estão fora da mídia e nunca mais foram vistos.

Texto e Direção: Cleide Piasecki

Elenco: Ranieri Gonzalez e Maurício Vogue

Gênero: Comédia
Duração: 60min
Classificação Etária: 14 anos
Ingressos: 01 Kg. de Alimento Não Perecível
De: 24/11 a 11/12 – Segunda à Sexta-feira – 21h
*dia 27/11 não haverá espetáculo
Informações: 41. 2101-8292

Ave  Maria não morro


Agenda Musical: Conjunto Seleções

De volta aos anos 30

Neste domingo o projeto paralelo da Banda Gentileza retorna ao mais belo jardim da cidade com suas músicas dos anos 30. Entre os compositores que aparecem no repertório estão Django Reinhardt, Andrew Bird e Cartola. Músicas tradicionais americanas como “Tonight You Belong To Me” e “After You’ve Gone”, regravadas por diversos artistas, também entram em cena.

FICA A DICA: É NA FAIXA


Galeria Santo Ambrósio
domingo, 29 de novembro de 2009
17:00 - 20:00
Rua Portugal, 12


Conjunto Seleções from Suiane Cardoso on Vimeo.

Agenda Musical: Banda Gentileza lança disco em piquenique

O evento curitibano  mais criativo da semana...

O quintal de uma casa será o palco para uma tarde de música e gastronomia caseira

Depois de 1.500 downloads em dois meses, a Banda Gentileza lança em Curitiba seu álbum de estreia no sábado, 28 de novembro. E para comemorar esse momento especial, nada melhor que um evento igualmente especial: o show será realizado durante a tarde, num agradável quintal de uma casa próxima ao Museu Oscar Niemeyer. Será, na verdade, um piquenique de lançamento, com direito a secos e molhados à venda no local. O evento conta ainda com o show de abertura da dupla FelixBravo. 


Com seis integrantes, que tocam ao todo 16 instrumentos – Artur Lipori (trompete, guitarra, baixo e kazuo), Diego Perin (baixo e concertina), Diogo Fernandes (bateria), Emílio Mercuri (guitarra, violão, viola caipira, ukelelê e voz de apoio), Heitor Humberto (voz, guitarra, violino e cavaquinho) e Tetê Fontoura (saxofone e teclado) –, as influências se multiplicam. Vão do samba à música folclórica do leste europeu, da música caipira à valsa, com espantosa unidade.

Duas participações foram decisivas para o resultado do disco Banda Gentileza (Independente, 2009). A primeira, do produtor Plínio Profeta, que transita entre diversos estilos e tem no currículo um Grammy Latino (pelo disco Falange Canibal, de Lenine) e trabalhos com Lucas Santtana, Pedro Luis e a Parede, Tiê, Xis, entre outros. A segunda colaboração veio do público, que pôde acompanhar as gravações ao vivo via streaming e pelo diário da banda no site da Agência Alavanca. Assim, nada mais justo que distribuir o álbum pela internet – o que a Gentileza fez, disponibilizando as músicas, capa, encarte e letras. Além dos downloads, a estratégia rendeu uma divulgação antecipada, com resenhas elogiosas pipocando em blogs, sites e revistas impressas.

Casinha
Localizada a poucas quadras do Museu Oscar Niemeyer, nos fundos de um terreno, a Casinha foi o local escolhido pela dupla FelixBravo para montar um atelier de criação musical. O piquenique de lançamento será o primeiro evento aberto ao público realizado no local. Um palco será montado no quintal e serão vendidos comes e bebes - bolo de cenoura, salgados, café com leite, cerveja e refrigerante. Leve a sua canga!



Mapa da casinha


Banda Gentileza
Piquenique de lançamento do álbum Banda Gentileza (Independente, 2009)
Abertura: Felix Bravo (16h30)
Sábado, 28 de novembro, a partir das 15h
Rua São Sebastião, 784 (fundos) – Ahu
R$ 8

Agenda Festeral

Wonka Bar

quarta 25/11 Jazz'n Blues
Bernardo Manita (voz e piano)
Boldrini (contrabaixo)
Fernando Rivabem (bateria)
Rádio Wonka com:
SUBBURBIA
Abertura do bar: 21h
Entrada: R$ 7

quinta 26/11Wonka Jazz Project
Abertura com
Bernardo Manita às 21:30h
Após:
Helinho Brandão (sax)
Fernando Rivabem (bateria)
Cris Julian (baixo)
Jeff Sabbag (piano)
Encerramento com GRUPO SOTAK
Abertura do bar: 21h
Entrada: R$ 10

sexta 27/11Djs: M.MMARCELO MEDEIROS (discotequeradio.com)
Abertura do bar: 21h
Entrada: R$ 10

sábado 28/11FESTA TIRANAdjs IVAN IVANOVICK e convidados
Abertura do bar: 22h
Entrada: até 00h garotas free/garotos R$6
após TODOS pagam R$10

Rock'n Roll All Night























James Bar

25.11 / Quarta / QUARTA ROCK

Djs: Alexandre, Claudinho, Paula Schutze
Conv: Orlando Junior

DDrink até 24hr.
21hr/$7

► 26.11 / Quinta / JAMES SESSIONS





Bardot em Coma > www.myspace.com/bardotemcoma
+
The Terribilles > www.myspace.com/theterribilles

DJ Luli Frank

D.Chopp até 24hrs
Meia na lista e p/ Bike
22hr/$8

► 27.11 / Sexta / INMWT Party

A INMWT Party entra em clima de aniversário. Desta vez, do DJ parceiro Renan Mendes. Pra comemorar, um line recheado com o duo Master System (Londrina), o Boss In Drama (num DJ Set com intervenções ao vivo), além do parceiro Alex Bogus e Denis Pedroso, anfitrião mor. E, você já sabe, Promo@25Free rolando, além de outras, via blog: www.innewmusicwetrust.com.br (Até sexta \o/).


|PROGRAMAÇÃO|

Master System (Londrina/PR)
Alexandre Heringer & Álvaro Carvalho
+
DJ Set: Boss In Drama
www.myspace.com/bossindrama
+
Renan Mendes (Aniversariante)
+
Alex Bogus
http://soundcloud.com/bogus
&
Denis Pedroso

Link da promoção: http://www.innewmusicwetrust.com.br/2009/11/23/inmwt-party-de-novembro-sexta-dia-27-no-james-o/

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Data: sex/27/Nov/22hrs
Promoção 1: meia entrada pra todo mundo, antes das 24hrs
Promoção 2: se liga, que 25 felizardos entrarão FREE e livre de fila
Entrada: MR$5, HR$6 (após as 24hrs é o dobro. Chegue cedo)
Local: bar James (Vicente Machado, 894), www.barjames.com.br


► 28.11 / Sábado / POP LINE

Djs: Luli Frank & Alexandre

22hr / MEIA até 24hr
Depois: Fem $12 | Masc $16

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Vicente Machado 894 / 32221426 / www.barjames.com.br
  
BABALU


DJ SET:
- Kate Boss
- Felo & Pontoni
- Pedritoow
- Dazzlers
- Pedrô
- Lets
R$ 8 até 24 hrs
R$ 12 após 24 hrs
Double de vodka e tequila até 1 hr
Hostess: Lets Do It Better
Vamos arrasar no modelo 90s : http://trashycranium.wordpress.com/2009/11/24/lets-go-back-to-the-90s/





INDISPENSÁVEL A APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTO COM FOTO
Vai ser uma nostalgia, estouro de calcinha e muita ferveção.

Renan Mendes faz 27 anos e acontece!


E hoje é o dia do Renan Mendes!
Para as pessoas frequentadoras da noite curitibana é quase impossível não conhecê-lo, nem que seja de vista!

Barba, Cabelo e BIGODE comemora o aniversário do dj/promoter Renan Mendes @ Kitinete Bar.
Quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Line’up:
André Nego
Alex Bogus
Ale Stevanato
Alê Cardinal
C-Man
Fabo Px
Jô Mistinguett
Loo Massami
Sandra Carraro
Renan Mendes

21 horas - chegue cedo! - R$ 3,00
Rua Duque de Caxias, 175
Curitiba-PR
41 8434-0314


Quem?
O Renan Mendes é daqueles outsiders descolados, party people convicto de carreira bem construída. Ele chama a atenção por onde passa, ou pelo seu jeitão divertido, descontraído e até engraçado, ou pelos looks ousados, ou pelos seus sets. O Renan é sobrevivente da cena clubber curitibana e frequentava casas noturnas memoráveis da cidade como o Circus, Electra e Legends.
Do festeiro a animador
Ele era apenas um festeiro convicto adorador de música eletrônica embalado por techo, tech-house e house music, e depois de muito badalar nos clubs de Curitiba e São Paulo, começou a se jogar como promoter e assumir as honras por trás dos toca discos e cdjs, tocou ao lado de DJs locais como Raul Aguilera, Aninha, Soundman Pako, Bogus, e Rodrigo Nickel. Era fã de DJs de São Paulo como Wagner J e Wander A , Mimi , Magal ,Marcos Morcef , Renato Ratier, Gil Bárbara , Paula , George Actv, Marcio Vermelho , Serge , Killer On The Dancefloor de São Paulo, e não tardou para tocar ao lado desses  Dj’s e produtores que sempre admirou. Seus sets são marcados pelo ecletismo e pesquisa de novas sonoridades, tendo como base a fusão de estilos como house, electrock , new rave , maximal, minimal  e space disco. O Renan não precisa de muito para fazer uma simples reunião virar uma festa.
O empresário
Após trabalhar durante anos em uma empresa de eventos, ele chutou o balde e decidiu encarar  o trabalho como dj e promoter  com mais seriedade (na medida do possíve rsl!).  Se juntou com o Dj  Gee X, foi parceiro da Débora Mello na organização do Mega Bazar Lúdica, e atualmente é proprietário da sanduicheria Sampa Chic.
Sampa Chic?

Sim! Apesar de ser praticamente um Curitibano, o Renan Mendes é de São Paulo, e como um bom outsider, sempre teve paixão pela cosmopolidade da cidade em que nasceu, e isso inclui os clássicos sanduíches e oS fast foods paulistanos.
O Sampa Chic tem um cardápio variado e delicioso, tudo bem fresquinho e com um preço mais do que justo. A Dona Cleusa (mãe do Renan) sempre foi uma cozinheira de mão cheia e está sempre atenta supervisionando a qualidade de tudo o que é servido.
Você pode encontrar os sanduíches consagrados, como o de mortadela Ceratti (R$ 5,50) e o bauru, com rosbife, mussarela, tomate e pepino (R$ 6,50). O natural paulista, montado no pão preto, leva rúcula, tomate seco, queijo branco e maionese. Entre os salgados está a bureka, folhado de origem judaica recheado de queijo ou berinjela com carne (R$ 3,50). A sanduicheira também serve sobremesas gostosas, almoço, e saladas caprichadas além de várias opções de sucos. Entre os salgados, confesso que tenho paixão pela quiche de abóbora.

Sampa Chic
Rua Francisco Torres, 107-conjunto 6, centro.
Telefone: 3532-5000
Horário: Segunda a sexta, das 9h às 19h

Feliz aniversário
Parabéns e muitas felicidades para o adorador das festas, pistas de dança, baladas, amizades, garotas (carinhosamente chamado por ele -que é mais do que galanteador barato- de “queridas” haaaaaa as “queridas”). Muitas felicidades para o Renan Mendes, que é amigo cômico, poço de simpatia, e querido no último, e merece entrar para a lista três chic do Rubrica!

Tudo de bom para você brake, piada interna :-) !

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Suzanne Vega - Tom's Dinner

Ainda sobre café... Com música!

Music that i never get tired of listening: Tom's Dinner

Porque a música da Suzanne Vega (que já caminhou pelo folk, dança moderna, literatura, poesia) é uma delícia, sempre está no meu repeat, é old, a letra é simples e cotidiana (assim como o café) e eu  A DO RO!

Tom's Dinner


I am sitting In the morning At the diner on the corner
I am waiting at the counter for the man to pour the coffee
And he fills it only halfway and before I even argue
 he is looking out the window at somebody coming in

 "It is always nice to see you" Says the man Behind the counter
To the woman who has come in She is shaking her umbrella
And I look The other way as they are kissing their hellos 

I'm pretendingn not to see them Instead I pour the milk

I open Up the paper there's a story of an actor
Who had died while he was drinking It was no one I had heard of
And I'm turning to the horoscope and looking for the funnies
 When I'm feeling someone watching me and so I raise my head

There's a woman on the outside Looking inside does she see me?
No she does not really see me cause she sees her own reflection
 And I'm trying not to notice that she's hitching Up her skirt
 And while she's straightening her stockings Her hair Is getting wet 


Oh, this rain It will continue through the morning As I'm listening
 To the bells of the cathedral I am thinking of your voice...
And of the midnight picnic once upon a time before the rain began...
 I finish up my coffee It's time to catch the train




A versão com batida gostosa feita  por uma dupla de produtores britânicos chamada The DNA Disciple sem a autorização de Suzanne, que acabou autorizando o relançamento da música como single anos mais tarde. 





A versão gostosa sem aquele funk groove, esta é a capela original cheeeeeeia de solitude.



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sobre café e cigarros


E para darmos continuidade ao papo sobre cigarros... Vamos adicionar cinema e café!




Que tal uma dica de filme? Ele chama-se justamente Sobre Cafés e Cigarros , é de 2003 porém o roteiro é atemporal e atual.
Por que assistir?

O filme do diretor Jim Jarmush mostra o diálogo e a interação (ou a não interação) de seus personagens (ou não personagens) enquanto consomem cafés e cigarros. Mas a questão é que Sobre Café e Cigarros é todo em preto e branco (justamente uma alusão aos cafés e cigarros), e vai muito além do seu título, pois nos mostra a dificuldade que sentimos de simplesmente nos comunicar , nos faz lembrar de forma inteligente de que nesse mundo nada mais criamos e sim copiamos ou nos apropriamos para interferir em idéias alheias, e além de tudo, é uma boa satira do nosso cotidiano e sentimentos.
Estranho te conhecer, Gêmeos, Algures na Califórnia, Essas coisas vão te matar, Sem problema, Renée, Primas, Jack mostra à Meg seu Tesla Coil, Primos?, Delírio, e Champanhe formam a seqüência de  onze curtas-metragens que consumiram  mais de dezessete anos para ficarem prontos! 

O Elenco
Um elenco que inclui Roberto  Benigni, Steven Wright,  Joie Lee e Cinqué Lee (os gêmeos irmão do diretor Spike Lee), Iggy Pop, Tom Waits, Joe Rigano, Vinny Vella, Cate blanchett, Meg White e Jack White (sim os White Stripes), Alfred Molina, Steeve coogan (Aquele do 24 Hours Party People) e Bill Murray entre outros...

Veja o comentário do ótimo crítico Marcelo Janot para o canal  Tele Cine Cult.



Realidade e identificação
Fumante e adorador de cafés ou não, é impossível você não se identificar! Em alguns momentos o filme é tão  real que as cenas podem cair na maior  monotonia, mas vale assistir, pois a sensação de  você sentir-se um voyer e acompanhar o bate papo dos personagens é ótima e compensa.
 

O primeiro filme Estranho te conhecer, com o Roberto Benigni ainda novinho, em um café bem marginal, nos mostra como realmente nosso primeiro encontro com alguém em um café pode não ser tão prazeroso assim.


Em Gêmeos, Joie Lee e Cinqué Lee nos fazem pensar sobre estilo.
 

Em Algures na Califórnia Iggy Pop e Tom Waits enganam a si mesmos e nos fazem rir de nós mesmos.


Em Renée, Renée French (que está linda)  tem um personagem comicamente metódico, que não consegue desfrutar de seu café, cigarro e solitude, sem ser interrompida inúmeras vezes pelo garçom.

                                        
Em Primas Cate blanchett arrasa interpretando ela mesma em um diálogo com uma prima (interpretada por ela também) um tanto quanto... Invejosa.


                                    
 Os White Stripes tem um papo cabeçudo sobre ressonância acústica (que é teoricamente utilizada por Jarmush para falar da reprodução do passado na produção do presente), em  Jack mostra à Meg seu Tesla Coil.

                                         
 E como ignorar a soberba alheia? Em Primos? Steve Coogan aparece om uma ostentação de dar raiva para cima de Alfred Molina. Após um papo sobre chás, estilistas britânicos, e arvore genealógica,  Molina dá um lição de moral em Coogan.

                                         
 E você já tomou café como se fosse champanhe para celebrar a vida? Ou prefere não sair da realidade e encarar o café como um simples café? Bill Rice and Taylor Mead em Champanhe.

Sobre Café e Cigarros
 
Titulo original: (Coffee and Cigarettes)
Direção: Jim Jarmusch
Sinopse: Série de 11 curtas-metragens sobre diversos personagens que, bebendo café e fumando cigarros, discutem os mais variados temas, tais como picolés com cafeína, Abbott & Costello, a ressurreição de Elvis Presley, a forma correta de se preparar um chá inglês, as invenções de Nikola Tesla, desentendimentos familiares, Paris nos anos 1920, rock, hip hop e o uso da nicotina como inseticida.

Elenco
Roberto Benigni (Roberto)
Steven Wright (Steven)
Steve Buscemi (Garçom)
Iggy Pop (Iggy)
Tom Waits (Tom)
Joseph Rigano (Joe)
Vinny Vella (Vinny)
Vinny Vella Jr. (Vinny Jr.)
Renee French (Renee)
E.J. Rodriguez (Garçom)
Alex Descas (Alex)
Isaach De Bankolé (Isaac)
Mike Hogan (Garçom)
Jack White (Jack)
Meg White (Meg)
Alfred Molina (Alfred)
Steve Coogan (Steve)
Katy Hanz (Katy)
Bill Murray (Bill Murray)
William Rice (Bill)
Taylor Mead (Taylor)
Cinquée Lee (Gêmeo malvado)
Joie Lee (Gêmeo bondoso)
Cate Blanchett (Cate / Shelly)