“Heroin chic” é o look popularizado por Kate Moss nos anos 90. A característica dessa “moda de corpo” era a magreza, a pele pálida, as olheiras, e alguns traços de androginia. Qualquer semelhança com os dias de hoje é(?)mera coincidência.
O heroin chic é um reflexo da dependência química e do contexto da época (a popularização às avessas da heroína que passava das classes mais pobres para a média e alta). Outros “seguidores deste movimento” foram Kurt Cobain, Courtney Love e River Phoenix e alguns filmes clássicos da época são Pulp Fiction (Tarantino) e Trainspotting (Danny Boile).
O marco inicial, ou o auge, do heroin chic foi a campanha da Kate Moss para Calvin Klein, em 1993, e o declínio foi em 1997, quando um fotógrafo famoso do ramo (Vincent Gallo) morreu de overdose. Vincent era apaixonado por modelos adolescentes com ar de viciadas, ele tem fotografias mundialmente conhecidas por serem responsáveis pela glamourização das drogas. (Numa delas uma modelo está com uma nota de cem dólares enrolada na mão prestes a cheirar pedras de diamante.)
Como tudo na moda vai e volta, a tendência do heroin chic está querendo retornar. Bem mais suavemente, é verdade. Se antes era Kate Moss e Courtney Love, hoje pode ser Agyness Deyn e Amy Winehouse. Enquanto a moda se restringir somente a aparência, acho ótimo, vou até botar minhas olheiras de fora. O que tudo aponta é que ser magro e drogado está na moda novamente! Não é obrigatório já ter estado em uma clínica de rehabilitação, mas é hyper cool.
Há quem acredite que o padrão magro nunca tenha saído de moda. De certa forma é verdade, mas a rosada e esvoaçante Gisele Bundchen pouco tem a ver com o padrão dos anos 90, e também pouco tem a ver com as modelos que estão emergindo no cenário fashion internacional. Gisele que se cuide, a pálida e andrógina (e linda!) Agyness Deyn (famosa por campanhas da Burberry e Jean Paul Gautier) já a deixou lugares a baixo no ranking do site models.com (site que mede a popularidade das modelos). E ainda acima de Gisele estão as brancas e retilíneas Sasha Pivovarova, Anja Rubik e a ruiva brasileira Caroline Trentini.
Modelos e campanhas a parte, essa moda não se restringe às passarelas. Quem não ouviu e cantou junto o hit “Rehab” da cantora Amy Winehouse nesse verão? (ou melhor, verão passado).E nunca ouviu falar das polêmicas e problemáticas celebridades Lilly Allen, Mary Kate Olsen e Lindsay Lohan?
Escândalos envolvendo drogas, internações, bebedeiras e vexames públicos têm suas fotos publicadas em sites de fofoca internacionais e servem como passa-tempo e “inspirações” para jovens. Com seus ossos semi-cobertos por carne, ilustram álbuns de fotos de adolescentes no Orkut como modelo de perfeição.
Além das adolescentes de Orkut, existem uns jovens mais crescidinhos que seguem o retorno do heroin-chic. Essa turma freqüenta festinhas particulares onde o pó (cocaína) é servido em bandeja de prata e acha super hype sair em sites de fotografia com cara de acabada. Tem fotógrafo que vive de fazer fotos de pessoas “à La heroin chic” em festas privês mundo afora.
Algum fotógrafo sagaz, ou produtor de moda, percebendo essa volta da glamourização das drogas e do culto a magreza, resolver fazer um “revival” do heroin chic e sairam uma leva de fotos que lembram muito essa época.
A conseqüência desse retorno do heroin chic é obvia até certo ponto. Os editoriais de moda e o comportamento de celebridades influenciam o consumo de drogas pela sociedade ou o consumo de drogas em geral chega nas celebridades e influencia os editoriais de moda? Essa pergunta terá resposta quando soubermos se a vida imita a arte ou a arte imita a vida.
Gostaria de fazer uma correção: Vicent Gallo é um ator e não fotógrafo de moda.
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