Quero
(Carlos Drumond de Andrade)
Quero Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao dizer: Eu te amo,
dementes
apagas
teu amor por mim.
Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de ama-me,
que nunca me amaste antes.
Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.
Adorei a entrevista de William Bonemer Júnior, mais conhecido como Willian Bonner, no programa Marília Gabriela Entrevista do canal GNT.
Ele realmente se demonstrou uma pessoa incrível, talentosa, inteligente (nenhuma novidade).
Ele fez uma observação interessante, dizendo que nós estudantes de jornalismo somos doutrinados para sermos comunicadores de esquerda, e que na realidade as instituições de ensino deveriam fazer um investimento massivo em língua portuguesa e história, para melhorar a qualidade dos profissionais em um mercado saturadíssimo.
Mas a melhor parte da entrevista foi ver o lado mais humano de Willian Bonner, que é realmente um bom moço (pois aparentemente tem uma vida regradinha desde que iniciou a cerreira), admira Paul McCartney, canta o início da música New York, New York e encerra a entrevista citando Carlos Drumond de Andrade... o Bonner é très chic!
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