quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Coco Antes de Chanel

Bom, lembra do post De Amelie Pulain, para Chanel? Em que falamos do comercial do perfume Chanel n°5 estrelado pela atriz Audrey Tautou?
Pois bem! Amanhã dia 30 de outubro estréia o filme Coco Antes de Chanel nos cinemas brasileiros, estrelado pela Tautou.
O que acha de conferir a resenha rubricada antes de assisti-lo? Afinal aqui a gente escreve, informa, opina e assina, não é mesmo?

 
A inocência entediante de Coco Antes De Chanel
Por Christiano Kubis

O filme faz jus ao título, e realmente mostra quem foi a Coco antes de Chanel. Órfã, pobre, com uma ambição que chega a ser imoral, porém respeitada e não julgada graças ao seu talento e criatividade em adaptar o mundo à sua personalidade provocativa.

A expectativa pelo filme foi tanta, que pode decepcionar quem espera por uma produção deslumbrante. Porém, a imagem da Coco Chanel eternizada, lendária, ícone, já é bem conhecida.

A idéia do filme é justamente retratá-la de forma mais real, mostrando apenas um período de sua vida – algo bem comum nos filmes biográficos atuais - em que Chanel estava se preparando, construindo e formando sua personalidade. É mais um filme com um ponto de vista muito particular, que nos instiga em saber mais do personagem principal.

Uma pena ignorarem a Gabrielle Bonheur Chanel, repleta de alguns escândalos, e envolvimentos  amorosos e políticos bem polêmicos - pois existem grandes evidencias de que ela defendia idéias bem racistas, e que foi sim uma colaboradora do nazismo e se aproveitou da situação para prosperar sua marca - que a fizeram ser mal vista na França no período pós-guerra, em que a marca Chanel passou por vacas magras e foi ofuscada pela Dior.

A idéia de evitar todas as armadilhas visuais, caricaturas e clichês, foi inteligente, porém o naturalismo da atmosfera, criada pela diretora Anne Fontaine e o desenhista de produção Olivier Radot, é desanimadora, apesar de ter uma riqueza de detalhes que passam despercebidos.

Ações humildes e aparentemente simples de costurar, cortar, abrir rolos de tecidos, entre linhas, agulhas e alfinetes, ganham charme e beleza em cenas que acompanham todo o filme.

São muitos os momentos em que a criatividade e o estilo andrógeno de Chanel são enfatizados. Ela se recusou a usar espartilhos, e de se vestir e comportar-se de acordo com as regras e convenções sociais, mudou a silhueta das roupas femininas, e se utilizou de forma inteligente do vestuário masculino. Para Coco a elegância estava bem longe dos excessos.
Logo no início do filme ela sugere a sua irmã que use o espartilho de um vestido, mais aberto nas costas para que ela pudesse ter mais liberdade para dançar. Em outra cena, após ganhar um vestido branco (de voal e seda repleto de flores e fitas) ela opta por usar um tecido xadrez e confeccionar rapidamente um novo vestido que fugia a todos os padrões de feminilidade da época.

O poder de transformar infelicidade em criatividade dá leveza a angustia de nos deparamos com um personagem fiel aos seus desejos, com uma arrogância e um humor cortante.
Sentada em sua famosa escadaria, Coco Chanel saboreia seu triunfo com melancolia e solidão, enquanto recorda momentos de seu passado, nos deixando com uma sensação de, quero mais.

Ficaremos no aguardo de um filme menos romanesco e inocente, já que a continuidade da história de Coco Chanel é mais excitante. “Deve-se sempre remover, tirar, e nunca acrescentar”, com certeza esta frase da revolucionária estilista, inspirou um filme sem abusos, mas que poderia nos apresentar uma futura imperadora da moda com seus anseios, inseguranças e esperanças de uma forma mais... “temperada”.






A interpretação de Audrey Tautou


A Audrey Tautou transmite a elegância de Coco, de forma graciosa e feminina, esbanjando sensibilidade, porém, não chega a surpreender, pois ela já apareceu nas telas com papeis mais impactantes. No filme de 2006, Hors de Prix, ela conseguiu uma maior ruptura com a eternizada Amelie Poulain, interpretando Irène, que é um personagem mais MULHERÃO.


Mas Gabriele Chanel existiu de verdade, e para ela, o menos era mais. A trama se desenrola em outro tempo e espaço, e com certeza Tautou teve que transmitir  ousadia de forma mais sutil e contida. O orgulho e o autoritarismo do personagem aparece de forma frágil e doce. O destaque fica na força do olhar! Um olhar que pesca formas, cores e detalhe.

Audrey Tautou ficou fascinada por Chanel. Embora a perspectiva de interpretar Chanel já a rondasse há algum tempo, ela se encantou pela abordagem de Fontaine. “Eu tinha o desejo secreto de receber um convite com um ponto de vista particular, porque a modernidade dessa personagem - seu espírito e o status que deu às mulheres - me fascina. Além disso, quando Anne Fontaine explicou como pretendia tratar o tema, eu aceitei imediatamente”.

Audrey também fala da impossibilidade de se imaginar Chanel com precisão: “O problema é que é impossível imaginá-la com precisão, pois Chanel sempre escondia a verdade. Ao me preparar para o papel, li Paul Morand, e também a biografia de Edmonde Charles-Roux, L’Irrégulière; e, claro, todas as biografias que Chanel autorizou. Reparei que ela despistava as pessoas, talvez devido à modéstia, uma característica das pessoas do campo. Seja como for, é preciso perspicácia para saber quem Chanel era realmente! E, sinceramente, sem querer ofender ninguém, não estou muito certa de que tudo o que foi dito e escrito sobre ela – algumas informações se contradizem – representa quem ela era de fato. Acabei ficando confusa com tanto material e tantos vídeos sobre ela. Então decidi apenas olhar as fotografias e dar asas à minha imaginação.

Audrey  Tautou é atacada pelo atual estilista da Chanel Karl Lagerfeld

Ao Falar que Coco Chanel sempre escondia a verdade (o que graças aos livros e biografias é um fato), Audrey tem sido atacada veementemente pelo atual estilista da Chanel Karl Lagerfeld e foi para a geladeira ( não é convidada nem para ir aos desfiles da maison). Ele chegou a dizer que a francesa não servia para o papel.

Coco antes de Chanel

“Não foi tanto a moda, mas as características dessa mulher excepcional que despertaram meu interesse”, conta. “Fiquei particularmente tocada pelo fato de ela ter vencido pelo esforço pessoal. Essa moça pobre, sem formação, que saiu do interior da França,mas dotada de uma personalidade excepcional, estava destinada a estar à frente de seu tempo.” Anne Fontaine



Os códigos da Chanel com notas da figurinista Catherine Leterrier





“Na moda, todo estilista tem seu próprio código para linhas, cores e materiais. Reconhece-se o estilo de Chanel imediatamente no filme. O que Karl Lagerfeld fez ao atualizar o estilo de Chanel, eu fiz ao contrário, voltando no tempo. Desenhei os primeiros modelos que Chanel poderia ter criado e que poderiam ter moldado seu estilo. O estilo de Chanel se distingue pelo corte, o caimento suave dos tecidos e a simplicidade perfeita do acabamento. As roupas criadas para o filme precisavam ter o padrão da alta-costura”.



“Antes de criar vestidos, Chanel foi uma bem-sucedida chapeleira e seus chapéus eram mais estruturados e menos enfeitados do que os que se usava na época. Ela debochava dos chapéus excessivamente ornamentados que algumas mulheres usavam: 'Com aquilo na cabeça, não admira que não consigam pensar!'.”


“Encontrei até um colar de platina e diamante que pertenceu a Mademoiselle Chanel no Louvre des Antiquaires. No filme, essa jóia magnífica adorna o gracioso pescoço de Audrey Tautou na cena do restaurante, em que ela aparece usando um vestido de noite de lantejoulas pretas. Audrey demonstrou grande interesse nos figurinos, e nas provas de roupa eu a via se concentrar subitamente se metamorfosear em Coco Chanel.”




“O objetivo não era fazer um filme sobre a história da moda. Ocasionalmente tivemos de tomar certas liberdades em relação ao tempo. Para se adequar à história, a famosa suéter listrada estilo marinheiro que Chanel usa, e que aparece em fotografias dos anos 1930, aparece antes no filme, na cena em que ela caminha pela praia com Boy e repara nas suéteres dos pescadores enquanto eles puxam suas redes” revela Leterrier.




“Em outro momento, como Anne queria que eu imaginasse como surgiu a famosa bolsa Chanel, desenhei um estojinho de costura em matelassê, no formato da bolsa, e mandei fazê-lo com uma lona de algodão preta, velha e manchada, tecido com que eram feitas as roupas dos camponeses, como se a jovem Coco a tivesse feito com retalhos de tecido que ganhara de suas tias”.

Confira as salas de exibição horários e preços em Curitiba...

    Cinemark Barigüi - Curitiba
    Sala 4
    Sexta a quinta: 15h35, 18h25 e 21h10
    Sexta e sábado: 23h50
    Preço:
    Segunda, terça e quinta: R$ 12 (até 17h)
    Segunda, terça e quinta: R$ 14 (após 17h)
    Quarta: R$ 11 (preço promocional)
    Sexta, sábado e domingo: R$ 15 (até 17h)
    Sexta, sábado e domingo: R$ 17 (após 17h)
    Feriado: R$ 15 (até 17h) e R$ 17 (após 17h)
    Todos os dias às 15h: R$ 4
    Todos os dias: Sessão Família por R$ 35 (2 adultos + 2 crianças)
    Programação válida de 27/11/2009 a 03/12/2009

    UCI Palladium - Curitiba
    Sala 4
    Sexta a quinta: 16h20 e 18h50
    Sexta e sábado: 23h40
    Sexta, sábado, domingo, segunda, quarta e quinta: 21h20
    Preço:
    Segunda: R$ 4 (até 17h), promoção "Segunda-mania"
    Segunda: R$ 6 (após 17h), promoção "Segunda-mania"
    Terça e quinta: R$ 13 (até 17h)
    Terça e quinta: R$ 15 (após 17h)
    Quarta: R$ 11
    Sexta, sábado, domingo: R$ 15 (até 17h)
    Sexta, sábado, domingo: R$ 17 (após 17h)
    Sábado, domingo e feriado: R$ 8 (até 14h55)
    Feriado: R$ 15 (até 17h) e R$ 17 (após 17h)
    Todos os dias: Ticket Família R$ 33 (2 adultos + 2 crianças)
    Programação válida de 27/11/2009 a 03/12/2009

    Unibanco Arteplex - Curitiba
    Sala 2
    Sexta a quinta: 13h50, 16h10, 18h30 e 21h20
    Preço:
    Segunda e terça: R$ 10
    Quarta: R$ 8
    Quinta: R$ 6
    Sexta, sábado e domingo: R$ 13 (até 15h30)
    Sexta, sábado e domingo: R$ 15 (após 15h30)
    Feriado: R$ 13 (até 15h30) e R$ 15 (após 15h30)
    Programação válida de 27/11/2009 a 03/12/2009


4 comentários:

  1. Não assino embaixo (ainda...)
    Vou explicar:
    É um filme Francês!, isso já explica bastante.
    b- Não é um filme de aventura ou uma super produção americana. Não é Sex and the city 2, é uma desmitificação da Chanel. Cumpre o papel? Não sei ainda não vi!

    ResponderExcluir
  2. Ainda não ... assista e depois trocaremos figurinhas sobre o assunto! rs
    bisou

    ResponderExcluir
  3. Ah, preciso assisti-lo urgente!
    Ao que parece, este é mais um digno trabalho dela.

    Parabéns pelo post. :D

    ResponderExcluir
  4. Vamos com a gente Chris?
    vou chamar o Fé e a Dé!

    ResponderExcluir