Prólogo
Que Curitiba não é reconhecida como pólo de moda isso é fato. Não somos bons exportadores de estilista (não que aqui não hajam estilistas de grande projeção) e mal temos jornalistas de moda (as que temos exportamos para Paris).
Brincadeiras a parte, são só justificativas para interromper, ou melhor intercalar o dossiê Rio Fashion Week que o Chris está fazendo...
Acontece que em épocas de RJFW e SPFW (semana que vem!) todos os focos estão voltados para as marcas que estão ditando moda mundo afora. Eu que adoro nadar contra a maré resolvi entrevistar Alexandre Linhares, estilista da Heroína, que há pouco tempo abriu as portas do seu atelier na Rua Prudente de Moraes, 445 no bairro Mercês, em Curitiba.
Segundo o próprio estilista, apesar de em Curitiba todo mundo ter seu lugar ao sol, a cidade é "re-lê" demais quando o assunto é moda, "São Paulo e Rio ditam moda para o mundo inteiro e é legal ter roupa de estilista brasileiro. Nessas cidades a coisa já tá lá na frente.", diz.
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Heroína
Alexandre Linhares
"Uma seda presa por alfinetes", assim eu descreveria Alexandre Linhares, estilista responsável pela marca Heroína .Criativo e conceitual até o último fio de cabelo, o criador tem se destacado no cenário local pela originalidade, ousadia de formas e tecidos, e por seu trabalho mais do que especial de moulage (modelagem no corpo, ou no manequim) que já recebeu atenção de atrizes globais e um espaço no último Crystal Fashion. <
Para desenvolver suas coleções, mergulha em um processo criativo, seu conceito, ou inspiração é externo "alguma coisa que me chama a atenção de alguma maneira", define.
O jovem, que cresceu assistindo a tia costurar, achava mágica a forma como ela fazia as roupas para as festas e casamentos "meu sonho era imaginar uma roupa e ela fazer pra mim", lembra. Ao invés disso, Alexandre se formou em design e pediu para essa mesma tia que o ensinasse a costurar.Hoje tem amor pela moda e por seu trabalho por isso já vai avisando que opiniões e palpites não são bem-vindos: "Eu sei o que quero. Para mim, a roupa não precisa ser bonita, ela precisa ser original. Eu não me vendo pro modismo, não sigo tendências e não gosto de cintura marcada."
É com essa segurança que Linhares quer manter seu atelier, que segundo ele é mais bonito do que tinha nos sonhos, e realizar projetos futuros "Acredito que a loja pode sustentar projetos mais audaciosos". O estilista que diz criar roupas para mulheres únicas ambiciona trabalhar com a modelo Alek Wek (foto ao lado).
Realmente o trabalho do Alexandre é muito interessante e criativo, era algo que não existia aqui em Curitiba, o moulage todo exclusivo. Os editoriais da marca também são super criativos desde o início, mas acho que o Alexandre liga para a beleza sim! Por mais que seja de uma forma diferente!
ResponderExcluirEu acompanhei o trabalho da Heroína bem no início, não sei se ainda fazem, mas tinham uma peças bordadas em paetês lindas tbm (inclusive camisetas masculinas), acho que foi a primeira marca local a disponibilizar calça saruel (inclusive masculina tbm), e a usar malha e moletom de uma forma mais inteligente, lembro que a única coisa que ficava a desejar era o acabamento das peças (Aliás qualidade da matéria prima e acabamento é um dos maiores problemas das nossa marcas locais mais alternativas), porém isso já deve ter mudado pois já faz muito tempo!
O mais interessante disso tudo é que quando se é original, fica-se acima de qualquer tendência, aquele papo de estilo e não de moda, porém os ventos estão a favor da Heroína (deve ser o nome da marca que atrai boas energias), pois desde a temporada passada os drapeados que ele usa bastante estão super in, neste verão voltaram até nos maios (que saíram da moda praia e estão mais street tbm)...
Sucesso para a Heroína e parabéns pelo novo ateliê e para a moda feita aqui, e que tenhamos muitos Alexandres Linhares para Curitiba
Post très chic